segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O caso das próteses PIP: Como escolher uma prótese confiável?

O aumento das mamas é um sonho de grande parte das mulheres em todo o mundo.


A mama é o símbolo máximo da feminilidade e, com a globalização do padrão de beleza, mesmo em países com pouca tradição de mamas grandes, tem sido cada vez mais valorizado um perfil mais voluptuoso de mamas.

No Brasil, a inclusão de próteses mamárias passou a ser a cirurgia plástica mais realizada há 4 anos, ultrapassando inclusive a lipoaspiração.

A cirurgia de implante mamário é simples, rápida e de pós-operatório relativamente curto. Provavelmente por isso tem sido cada vez mais freqüente.




O problema causado pela empresa Poly Implant Prothèse (ou PIP), que afetou milhares de pacientes pelo mundo criou uma grande celeuma mesmo em quem utilizou próteses de boa qualidade de outras empresas.

A dúvida que fica é:

Como eu posso ter certeza de que a minha prótese (ou a que eu desejo implantar) é de boa qualidade?

As próteses mamárias como as conhecemos hoje foram primeiramente fabricadas nos Estados Unidos por uma empresa chamada Dow Corning em 1961. 

Desde então, foram incorporadas muitos avanços físico-químicos que nos levaram até a atual geração de próteses (a quinta), onde, desde 1990 as próteses são feitas de silicone gel de alta coesividade (semi-sólido) que não permite, mesmo em caso de ruptura, extravasamento local nem difusão pelo organismo.

Esse silicone é envolvido por uma cápsula de elastômero (silicone mais rígido) de até sete camadas e é extremamente resistente. Nessas condições, as próteses são fabricadas sem a previsão de troca pós implante (uso vitalício). A troca fica condicionada a um raro caso de contratura capsular (<5% dos casos).

O que ocorreu no caso das próteses PIP foi que o gel de preenchimento das próteses na ocasião da aprovação pela agência reguladora francesa (AFSSAPS) era de boa qualidade, mas, uma vez que teve a aprovação para o uso, o fabricante decidiu usar um silicone mais barato (5 eur/l versus 35 eur/l do gel padrão) e mais instável do que aquele descrito nas especificações. 

Esse gel reagia quimicamente com o elastômero de silicone da cápsula e causava a ruptura do mesmo, expondo o gel a contato com o tecido mamário e muscular. Nesses casos, é necessária uma cirurgia de retirada do implante e troca por um novo implante.

Essa fraude foi identificada exclusivamente com a referida empresa e com a empresa ROFIL, que terceirizou o fornecimento de seu silicone com a PIP. A PIP foi fechada em 2010 em decorrência disso. Felizmente, no Brasil, o volume comercializado por esse fabricante sempre foi pequeno. O maior impacto foi na Europa central e leste europeu.

Existia um acordo onde as agências regulatórias do Brasil (ANVISA) e da França (AFSSAPS) aceitavam as avaliações dos produtos por elas avaliados reciprocamente. Depois desse episódio, o INMETRO ficou responsável por avaliar as próteses vendidas no Brasil, mesmo que já aprovadas em outros países.

Por muitos anos, nos Estados Unidos, o FDA (agência reguladora de alimentos, medicamentos e próteses) estudou seriamente as possíveis relações entre a saúde e os implantes de silicone e foi categórico em afirmar que eles são seguros. Desde 2006, duas companhias foram autorizadas a vender próteses com o selo do FDA. Trata-se de bilhões de dólares investidos em pesquisa e desenvolvimento, mais duas décadas de investigação para chegar ao estado atual da fabricação de próteses. 

O Cirurgião Plástico é o mais indicado para recomendar a prótese ideal para cada paciente. O que foi bom para uma paciente muitas vezes não é o recomendável para outra. 

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