quinta-feira, 24 de abril de 2014

A GLOBALIZAÇÃO DO PADRÃO ESTÉTICO DAS MAMAS



No Brasil, o padrão de beleza vigente até meados da década de 70 era de mamas pequenas (correspondentes a um soutien de número 38 a 40). Esse padrão de beleza mais esguio foi representado muito bem por Sonia Braga em Gabriela.
Desde então, o padrão estético brasileiro vêm mudando em relação às mamas, possivelmente pelo contato em larga escala com outras culturas, como a norte-americana e a européia. Nessas culturas, o culto às mamas fartas é bem mais antigo. Nós brasileiros, que sempre prestamos atenção às formas calipígeas, começamos a admirar também as mamas de volumes maiores.
O mesmo ocorre também ao norte do equador, de forma inversa, onde mais e mais americanas procuram, através de treinamentos físicos e tratamentos estéticos, o tal brazilian butt para melhorar suas formas.
O procedimento de implante de próteses de silicone dura em média uma hora, tem rápida recuperação e alto índice de satisfação. Por esse motivo, um grande número de brasileiras procura o aumento mamário para equilibrar suas formas. Trata-se do procedimento estético mais realizado por cirurgiões plásticos no Brasil, há alguns anos à frente da até então campeã, a lipoaspiração.
Grande parte das mulheres com atividade física de alto nível acaba por ter um efeito indesejável ao perder percentuais de gordura: a redução mamária. Em casos assim, a prótese mamária pode auxiliar a manter formas femininas em um corpo sarado.
Mães jovens, que tiveram na gestação um aumento substancial do volume mamário e uma posterior regressão da mama também ganham de volta a satisfação de mamas de formato pré-gravídico.
Como tudo na vida, há que se ter moderação. É estranho ver participantes de reality shows com exibindo volumes exagerados de 500, 700 ml de prótese em cada mama, numa clara afronta à saúde e ao senso estético. Esses casos são exceção num universo muito maior de pacientes que, diariamente, encontram satisfação pessoal com esse tipo de cirurgia. Poucas experiências são tão recompensadoras quanto o sorriso de uma paciente que atingiu suas expectativas após um implante mamário.

 A sabedoria oriental ensina que os extremos da vida devem ser evitados e que o caminho do meio é a forma de se chegar ao equilíbrio. O equilíbrio das formas em questão leva em consideração vários fatores como: a altura, a largura do tórax, a largura do quadril, o desejo da paciente e, acima de tudo, o bom senso.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

MOMMY MAKEOVER - RECUPERANDO O CORPO DE ANTES DA GRAVIDEZ



A maternidade é uma experiência transformadora na vida da mulher. Ser mãe é experimentar o amor mais puro que se pode imaginar. O processo da gravidez, traz sensações até então desconhecidas à futura parturiente, mas também várias modificações ao seu corpo.
Para diminuir o impacto dessas modificações, recomenda-se que não haja ganho de peso excessivo ao longo da gestação – até 12 kg é adequado – e que haja atividade física devidamente orientada por um profissional de educação física especializado em atendimento à gestante para fortalecimento da musculatura do abdome.
Ainda assim, duas áreas do corpo invariavelmente mudam após a gestação e a amamentação: as mamas e o abdome.
O abdome precisa acomodar um volume muito maior que o normal até o término da gestação e acaba por sofrer afastamento dos músculos bem no meio do abdome (diástase da linha média). Isso causa uma flacidez da parede abdominal que não se resolve nem com atividade física específica. A pele também se distende e acaba por não retrair-se completamente, podendo haver ou não a formação de estrias.
As mamas aumentam muito o seu volume para prover o leite para o recém-nascido, o que acaba por distender a pele. Por outro lado, a glândula mamária sofre uma transformação funcional e diminui em volume. O resultado final é uma mama de aspecto esvaziado.
O Mommy makeover é uma estratégia de tratamento conjunto de mamas e abdome, tendência nos EUA, que visa trazer de volta à jovem mãe o corpo pré-gestacional. A vantagem é o menor afastamento de suas atividades, com o pós-operatório único, mas também redução do total de custos hospitalares. Isso é extremamente importante para mulheres com atividade profissional intensa, que precisam programar-se com antecedência.
O tratamento de cada área é individualizado e pode constar de uma combinação de lipoaspiração com miniabdome ou abdome completo. Já nas mamas, pode variar de inclusão de próteses mamárias, mamoplastia ou uma combinação de ambas.

A época adequada para realização é após 6 meses da última gestação. Uma nova gestação ou uma variação importante no peso após as cirurgias pode acarretar perda de resultado e a necessidade de um novo procedimento cirúrgico. 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O caso das próteses PIP: Como escolher uma prótese confiável?

O aumento das mamas é um sonho de grande parte das mulheres em todo o mundo.


A mama é o símbolo máximo da feminilidade e, com a globalização do padrão de beleza, mesmo em países com pouca tradição de mamas grandes, tem sido cada vez mais valorizado um perfil mais voluptuoso de mamas.

No Brasil, a inclusão de próteses mamárias passou a ser a cirurgia plástica mais realizada há 4 anos, ultrapassando inclusive a lipoaspiração.

A cirurgia de implante mamário é simples, rápida e de pós-operatório relativamente curto. Provavelmente por isso tem sido cada vez mais freqüente.




O problema causado pela empresa Poly Implant Prothèse (ou PIP), que afetou milhares de pacientes pelo mundo criou uma grande celeuma mesmo em quem utilizou próteses de boa qualidade de outras empresas.

A dúvida que fica é:

Como eu posso ter certeza de que a minha prótese (ou a que eu desejo implantar) é de boa qualidade?

As próteses mamárias como as conhecemos hoje foram primeiramente fabricadas nos Estados Unidos por uma empresa chamada Dow Corning em 1961. 

Desde então, foram incorporadas muitos avanços físico-químicos que nos levaram até a atual geração de próteses (a quinta), onde, desde 1990 as próteses são feitas de silicone gel de alta coesividade (semi-sólido) que não permite, mesmo em caso de ruptura, extravasamento local nem difusão pelo organismo.

Esse silicone é envolvido por uma cápsula de elastômero (silicone mais rígido) de até sete camadas e é extremamente resistente. Nessas condições, as próteses são fabricadas sem a previsão de troca pós implante (uso vitalício). A troca fica condicionada a um raro caso de contratura capsular (<5% dos casos).

O que ocorreu no caso das próteses PIP foi que o gel de preenchimento das próteses na ocasião da aprovação pela agência reguladora francesa (AFSSAPS) era de boa qualidade, mas, uma vez que teve a aprovação para o uso, o fabricante decidiu usar um silicone mais barato (5 eur/l versus 35 eur/l do gel padrão) e mais instável do que aquele descrito nas especificações. 

Esse gel reagia quimicamente com o elastômero de silicone da cápsula e causava a ruptura do mesmo, expondo o gel a contato com o tecido mamário e muscular. Nesses casos, é necessária uma cirurgia de retirada do implante e troca por um novo implante.

Essa fraude foi identificada exclusivamente com a referida empresa e com a empresa ROFIL, que terceirizou o fornecimento de seu silicone com a PIP. A PIP foi fechada em 2010 em decorrência disso. Felizmente, no Brasil, o volume comercializado por esse fabricante sempre foi pequeno. O maior impacto foi na Europa central e leste europeu.

Existia um acordo onde as agências regulatórias do Brasil (ANVISA) e da França (AFSSAPS) aceitavam as avaliações dos produtos por elas avaliados reciprocamente. Depois desse episódio, o INMETRO ficou responsável por avaliar as próteses vendidas no Brasil, mesmo que já aprovadas em outros países.

Por muitos anos, nos Estados Unidos, o FDA (agência reguladora de alimentos, medicamentos e próteses) estudou seriamente as possíveis relações entre a saúde e os implantes de silicone e foi categórico em afirmar que eles são seguros. Desde 2006, duas companhias foram autorizadas a vender próteses com o selo do FDA. Trata-se de bilhões de dólares investidos em pesquisa e desenvolvimento, mais duas décadas de investigação para chegar ao estado atual da fabricação de próteses. 

O Cirurgião Plástico é o mais indicado para recomendar a prótese ideal para cada paciente. O que foi bom para uma paciente muitas vezes não é o recomendável para outra. 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Lipoaspiração: uma Cirurgia Segura


A maioria dos pacientes que procuram melhora do seu contorno corporal necessita, em alguma extensão, de uma abordagem à camada de gordura. Tal abordagem é feita através da Lipoaspiração.

Sempre que o paciente ouve essa indicação cirúrgica a pergunta que segue é: “Isso é seguro?”

A resposta mais curta é SIM.




A resposta longa segue abaixo:

 A Lipoaspiração foi descrita pela primeira vez por um cirurgião francês chamado Yves Gerard Illouz em 1982 e foi a primeira vez que foi possível remover gordura de regiões específicas com cicatrizes insignificantes e com baixo risco de complicações. A partir daí, várias contribuições ao método foram incorporadas, chegando ao atual estado da arte.

As opções mais aceitas mundialmente hoje como seguras e efetivas são a lipoaspiração convencional e a vibrolipoaspiração. Esta utiliza-se de uma cânula reciprocante que imita o movimento da lipoaspiração convencional. Métodos como a lipoaspiração ultrassônica e à laser ainda não comprovaram melhores resultados e associam o risco de queimadura na pele sobrejacente e, por isso, não são utilizadas pela maioria dos cirurgiões plásticos.

Os maiores avanços em direção à segurança na lipoaspiração sem dúvida ocorreram no âmbito da anestesia e da medicina intensiva. Hoje entendemos melhor a resposta sistêmica ao trauma, o balanço hídrico necessário, a prevenção de eventos embólicos e trombo-embólicos e, desta forma, podemos oferecer aos pacientes um procedimento seguro, desde que obedecidas certas regras. Por essa razão, o local onde é realizada deve ter todos os recursos necessários para uma cirurgia deste porte.

Com relação ao enxerto de gordura (realizado na lipoescultura), a opinião corrente entre os cirurgiões plásticos é de que injeções de pequenos volumes, em plano subcutâneo, não representam risco. Já os enxertos submusculares e de grande volume podem sem responsáveis por embolias gordurosas que podem representar grave risco à saúde do paciente.

A lipoaspiração tem o objetivo de melhorar o contorno corporal e deve ser realizada em pessoas com peso normal ou sobrepeso leve, nunca em pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) maior que 30.  Pacientes com comorbidades moderadas ou graves também não devem submeter-se a esse procedimento pois o risco não vale o benefício.

A lipoaspiração é um excelente recurso, mas é uma Cirurgia. É uma cirurgia grande, realizada por um orifício pequeno e deve ser encarada com todo o respeito que ela merece.  Tal qual um carro potente, se manuseada por pessoas cuidadosas, em ambiente controlado, proporciona muita satisfação com baixo risco.